29/12/07

Escultura-Modelo


A entrada de hoje refere-se a uma pequena escultura realizada para servir de modelo para a série de curtas de animação 3D, que estou a preparar utilizando a personagem d'O Menino Triste.
Trata-se de uma escultura com cerca de 10 centímetros de altura, feita em massa de modelar. Não apenas serviu para o modelo 3D da personagem, mas também para algumas perspectivas da mesma, em algumas histórias de Banda Desenhada que entretanto fui fazendo.
Em relação às curtas de animação, ao longo dos próximos meses irei aqui falar-vos delas. Têm sobretudo como temática inicial, alguns dos capítulos do primeiro livro d'O Menino Triste.

14/12/07

Os Amigos de ÉmeTê - 7/8



O penúltimo Amigo d'O Menino Triste que apresentamos na sequência dos que participaram na Exposição que esteve patente no FIBDA2005, é o Gastão Travado.

O Gastão é o Senhor Digital, o Lord of the Bytes, Autor da primeira Banda Desenhada anaglífica publicada em Portugal (daquelas que se vêm com os óculos de lentes coloridas, que permitem ver as imagens em 3D). Esta Banda Desenhada tem o título de "Arquivo: 20; Marte 2205", e foi editada aquando do 20º Aniversário da Tertúlia BD de Lisboa, em 2005.

Aguardemos pelo ano de 2008, pois o Gastão terá algo que nos irá surpreender a todos.

09/12/07

Leonardo da Vinci era (também) um Menino Triste


Tudo começou quando Freud adivinhou no ambíguo sorriso das mulheres pintadas por Leonardo da Vinci a ternura sublimada mas inquieta por uma mãe longínqua.

Da leitura do livro de Sigmund Freud “Uma recordação de infância de Leonardo da Vinci” (Relógio D’Água Editores, Setembro 2007) ressalta o quanto a ausência da mãe do grande artista Renascentista o influenciou e limitou em alguns dos aspectos da sua vida enquanto homem e enquanto artista, tornando-o num “menino triste”.
De facto, como escrevi num dos primeiros posts deste Blog, uma criança pode tornar-se numa “criança triste” se não crescer nos braços da sua mãe, ou se não vir os seus sonhos tornarem-se realidade.
Com efeito, Leonardo da Vinci, que se sabe ser filho ilegítimo de Ser Piero da Vinci, notário, e de Caterina que era provavelmente camponesa, à qual foi arrancado quando tinha a idade entre três e cinco anos, para ir viver com o pai e com a terna e jovem madrasta Donna Albiera, a mulher de seu pai.

Leonardo terá guardado saudade imensa da sua mãe, que terá reencontrado quando tinha 41 anos, em 1493, quando esta o foi visitar a Milão. Reencontro infeliz, já que Caterina adoeceu e veio a falecer; as notas tomadas por Leonardo quanto às despesas com o seu funeral assim o confirmam.

Freud, através da observação dos sorrisos das figuras femininas pintadas em A Virgem com o Menino e Stª Ana (c. 1508-1513)consegue ver neles o mesmo sorriso que Leonardo pintou no quadro Mona Lisa del Giocondo. Segundo o autor, o sorriso de Mona Lisa terá despertado em Leonardo, já adulto, a recordação da mãe dos seus primeiros anos de infância.
[...]Quando Leonardo, chegado ao apogeu da sua vida, voltou a encontrar o sorriso de bem-aventurado êxtase que outrora animara a boca da sua mãe quando ela o acariciava, encontrava-se desde há muito sob o domínio de uma inibição que lhe proibia voltar a desejar tais carícias dos lábios de uma mulher. Mas tornou-se pintor e por isso esforçava-se por reproduzir com o pincel este sorriso em todos os seus quadros, e não só naqueles que ele próprio executou mas também nos que fez executar pelos seus discípulos, sob a sua orientação, tais como a Leda, o S. João Baptista e o Baco.[...]

Aliás, o sorriso de Mona Lisa serviu também de mote a uma história d’O Menino Triste, chamada exactamente “O Sorriso” que pode ser vista alguns posts atrás, neste Blog.

26/11/07

Os Amigos de ÉmeTê - 6/8


Ricardo Blanco - animador em filmes do “Jardim da Celeste” (“Os Patinhos”), na série “Angelitos” e na média metragem de animação “A Estrela de Gaspar”, realizador das séries infantis de animação “As aventuras de Móli” e “Eu quero ser”, e ainda autor das tiras BD sob o título “O Pensador”. Estas são apenas algumas das referências que podemos fazer a Ricardo Blanco, que presenteou a exposição d’O Menino Triste com a ilustração que agora podem ver.

Mais dedicado ultimamente ao cinema de animação, é pena o Ricardo não nos permitir usufruir de mais trabalhos seus na área da Banda Desenhada. As suas personagens têm sempre um traço que conduz a uma imediata “adopção” das mesmas por parte do espectador/leitor, de tão ternas e simpáticas que são. Aguardamos pelos próximos trabalhos do Ricardo Blanco (ansiosamente).

19/11/07

O Menino Triste d'après... Hergé - 4



No ano da comemoração do Centenário do grande autor belga de Banda Desenhada, não podia deixar de aqui colocar a minha contribuição.

Embora O Menino Triste tenha sido criada numa altura que não deixou qualquer hipótese temporal e física de eu almejar a que um dos meus desenhos pudesse hipoteticamente vir a ser autografado por Hergé, não pude deixar de realizar o trabalho que agora aqui revelo, e de o incluir nesta secção "D'après...".

Independentemente de se gostar ou não de Hergé, não se pode contudo deixar de reconhecer a importância que o seu trabalho (e dos seus Estúdios Hergé) teve, e continua a ter, no panorama da Banda Desenhada europeia. A quantidade de livros, ensaios, teses, e demais literatura sobre o tema assim o demonstra.

14/11/07

Os Amigos de ÉmeTê - 5/8


A habitual irreverência de ÁLVARO.
Baseada numa vinheta do segundo livro d'O Menino Triste, o ÁLVARO participou com a ilustração que agora revelamos aqui no blog, na exposição de 2005 realizada no FIBDA.
O trabalho de charge de que o ÁLVARO é autor, está (quanto a mim) ao nível dos melhores autores mundiais na área. Dono de um traço peculiar conjuntamente com um humor corrosivo, o ÁLVARO tem-nos brindado com trabalhos de excepção e de enorme poder de observação social e, diria mesmo, antropológica!
Podem ver as suas pérolas neste local.
Quiçá esta seja uma faceta secreta d'O Menino Triste.
Quiçá!

05/11/07

O Terceiro Livro


Terminou o 18º FIBDA. Nele são normalmente apresentadas as últimas novidades e lançamentos no que toca a livros de (e sobre) Banda Desenhada.
Pois nós (eu e O Menino Triste), esperámos exactamente pelo final do Festival para efectuarmos o nosso anúncio, aqui, já que é este o Blog Oficial da personagem, não é?
Assim (tcham, tachan, tchan...), fica aqui oficialmente dito que o ano de 2008 verá o aparecimento do terceiro livro da série.
Por enquanto aqui revelamos, além do anúncio da publicação, o nome do livro: "A Essência". Ah, e também uma das vinhetas do livro (ao estilo de teaser).
Este relato pictórico/literário terá como pano de fundo a Arte, e mais não digo para já. Ao longo do tempo, e sempre que houver novidades sobre o livro, estaremos aqui a dar-vos mais alguns detalhes.

28/10/07

O Menino Triste d'aprés... Miguel Rocha- 3


O amigo que se segue é o Miguel Rocha.
Este desenho foi realizado com base na sua história "Borda d'água" (versão colorida), em 2006.
Com um registo mais próximo da pintura que do desenho, o Miguel possui uma obra impar no panorama nacional. Dedilhando nas suas obras as ambiências provincianas do interior do país, o Miguel Rocha alia ao seu excelente estilo pictórico, um profundo conhecimento das vivências sociais e humanas nessas paragens, quiçá algumas delas vividas (também) na primeira pessoa.

26/10/07

MALS e a Felicidade dO Menino Triste



MALS, cronista de BD há bastantes anos, escreve uma vez mais sobre O Menino Triste. Sem mais questões, aqui deixamos o texto:

A felicidade do Menino Triste

A dado passo de “A náusea”, Jean-Paul Sartre, o tal que nasceu e cresceu no meio de livros, invoca, através da sua personagem principal, que ser livre significa que já não resta nenhuma razão para viver, visto que todas as que experimentara cederam e já não conseguia imaginar outras. É pena, porque se tivesse conhecido o Menino Triste, teria concluído facilmente que do ímpeto de ser livre se encontram as mais díspares razões para viver e deslindam os alicerces ilimitados da imaginação.


Do fundo da sua fragilidade e da sua inocente ignorância, o Menino Triste encontra o seu lugar no mundo com base nos vastos conhecimentos contidos nos livros e daí liberta-se, mergulha na imaginação fervilhante, que pode ser propiciada pela “Alice no País das Maravilhas”, pelo “Pinóquio” ou pelo “Peter Pan”, pois do outro lado do “espelho” há meninos que querem ser gente, mesmo que não desejem crescer nunca mais.
E da imaginação, espicaçada pela curiosidade, se demanda a outros “mundos” que dão sentido ao mundo, em passos hesitantes mas sólidos pelos “bonecos”, pelas primeiras letras e pelas mundanidades, estejam elas na feira, no cinema ou na mercearia da esquina. E da descoberta vem o apelo da amizade e a necessidade de fintar o esquecimento.


Para O Menino Triste, que é a “projecção” natural do seu autor, num traço vigoroso e impressivo a meio caminho entre o caricatural e o realista, o dilema é ficar na memória, nem que seja apenas como delicado e diáfano herói de banda desenhada. Tal como os livros nos formam o carácter, também a força de vontade nos leva onde desejamos e em “Os Livros”, como eventualmente noutros trabalhos de J. Mascarenhas, tiramos a lição concludente de que podemos ser um pequeno “grão de eternidade”, quando somos livres, vivazes, inquietos, generosos, apaixonados e sonhadores. Dando largas à imaginação. Nostálgica e vibrante de deslumbramento.
Por isso é que o Menino Triste só o é de nome e fisionomia (melancolia?). Pode não ser alegre e endiabrado, mas dentro dele resplandece a luz inesgotável da felicidade. De existir, descobrir e sentir.

«O Menino Triste / Os Livros» de J. Mascarenhas – Ed. Extractus (Prémio de Melhor Fanzine no Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora 2006)

22/10/07

Os Amigos de ÉmeTê - 4/8


Agora que já decorre o FIBDA 2007, e onde acaba de ser lançado o terceiro álbum da série O Corvo, de Luís Louro, deixo aqui a ilustração que o Luís realizou para a Exposição d’O Menino Triste em 2005.

Depois de vários anos a publicar em parceria com Tozé Simões (argumento), o Luís Louro aventurou-se a realizar algumas histórias de sua autoria. Contudo não tem deixado de colaborar aqui e ali com outros autores. É o caso deste terceiro álbum d’O Corvo – Laços de Família, em que o argumento é de Nuno Markl.

Ultimamente mais dedicado à fotografia (já com vários prémios internacionais de prestígio), fazemos votos para que o Luís nunca deixe de se dedicar também à Nona Arte. É que o Luís Louro faz falta à BD nacional!

Podem ver a sua página web aqui.

19/10/07

Prémio Nacional de Banda Desenhada - 2006


Agora que se inicia mais um Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora, venho aqui recordar o Prémio atribuído a "Os Livros", na categoria de melhor Fanzine, na edição 2006 do Festival.
Os Prémios Nacionais de Banda Desenhada - Troféus Zé Pacóvio e Grilinho - são atribuídos anualmente entre as edições dadas à estampa durante todo o tempo que decorre entre duas edições do Festival. A votação é realizada entre os elementos da "Academia" inscritos na base de dados do Centro Nacional da Banda Desenhada e Imagem, sendo então atribuídos, nas várias categorias, os prémios mais prestigiantes da BD nacional.

17/10/07

O Menino Triste na Guerra das Estrelas


Entre 18 de Maio e 17 de Junho (2007), esteve patente no Centro Cultural Casapiano, em Lisboa, uma exposição sobre o universo dos filmes "Star Wars".
A exposição estava incluída no 1º Encontro Nacional Star Wars, organizado pelo Star Wars Clube de Coleccionadores - Portugal.
Além dos objectos, filmes e demais adereços referentes a este universo, foram exibidos alguns trabalhos de autores portugueses sobre o tema. O Menino Triste, que numa passagem pelos E.U.A. teve um breve papel de figuração num dos filmes (não sabiam?), colaborou com três trabalhos, um dos quais é aqui agora revelado.

11/10/07

O Menino Triste em "background"

Na BD que aqui podem ver, embora O Menino Triste não seja o tema central, ele é utilizado como tema de fundo.

Esta foi uma BD que realizei em 3D, e foi publicada no jornal "Mundo Universitário".

Dado o tema tratado, achei por bem realizar uma versão bilingue Português-Japonês. Aliás, este será um modus operandi de uma série de BD's que quero fazer nestes moldes, incluindo questões sentimentais, naves espaciais, robots... e beleza feminina!


08/10/07

Os Amigos de ÉmeTê - 3/8

Joana Lafuente, ou Khaamar, ou Kloa, em qualquer dos casos sempre a mesma (grande) qualidade.

É esta a amiga d'O Menino Triste que agora revelamos neste Blog. Participando com a ilustração que agora podem ver, na exposição que esteve patente no FIBDA 2005, Khaamar é detentora de uma técnica excepcional ao nível da utilização dos meios digitais, aliada a um traço muito suave, de influência manga, possuindo ainda um largo espaço de evolução.

Ansiamos por ver mais histórias completas da autora, além das já publicadas em zines como All-Girlzine, K-Zine, Funzip e na revista Games a Go-Go.
Podem ver mais trabalhos da Khaamar aqui.

30/09/07

O Menino Triste d'aprés... Boucq- 2

Conforme prometi, ao ritmo de um por mês, irei trazer aqui os desenhos da série “d’aprés...” que tenho vindo a realizar com autores nacionais e estrangeiros. Eis o referente a Setembro.

O autor inspirador deste mês é o francês Boucq, mais propriamente, através da sua personagem Jerôme Moucherot, o vendedor de seguros mais “non sense” à face do planeta. Boucq preencheu o balão que lhe deixei no desenho, e autografou-o, quando esteve no FIBDA 2005. Nele pode ler-se (e vou fazer uma tradução livre): “ E eis o provérbio: como o hábito transforma o monge!... eis como de um Menino Triste, o hábito exalta a besta feroz nele adormecida!...


Devo referir que muitas das vezes (e foi este o caso) não abordo os autores com antecedência, sendo estes apanhados de surpresa, o que torna ainda mais espectacular o efeito final, e reflecte os génios que eles realmente são.

28/09/07

Referências - 3


A referência gráfica que hoje vos apresento é uma foto tirada em 1968, à 2ª Classe da Escola dos Coqueiros (Nº9), em Luanda, e a respectiva vinheta do 2º livro.

A 2ª Classe era a única que naquela Escola funcionava no período da tarde, pelo que não tínhamos mais colegas para brincar. Digo “tínhamos”, pois esta é a minha 2ª Classe. Falta aqui o Jorge Godinho (o meu melhor amigo: andámos juntos desde a Maternidade até ao 1º Ano do Ciclo), que se encontrava de férias na “Metrópole”.

Vou tentar identificar os elementos dos quais (ainda) me lembro, deixando aqui um repto a quem, porventura está fotografado no grupo (ou não) e tenha acedido por um qualquer milagre a esta página, o favor de me ajudar à identificação total.

1- Eu, 2- Adelino, 3- Pinto, 4- ?, 5- ?, 6- Zé, 7- Vilaça, 8- António, 9- Fernando, 10- Nélson, 11- Carlos Alberto, 12- ?, 13- ?, 14- ?, 15- ?(prima do Carlos Alberto), 16- ?, 17- Elizete, 18- ?, 19- ?, 20- ?, 21- Arlete, 22- Janota, 23- ?, 24- Funcionário, 25- Fernanda?, 26- ?, 27- Esperança (prima do Janota), 28- Ostílio, 29- Professora (que era uma Profª de substituição, já que a nossa era a Dª Helena, que nesta altura estava de licença de parto - penso)

27/09/07

Os Amigos de ÉmeTê - 2/8

Andreia Rechena. Fixem bem este nome, pois é concerteza um dos nomes de que irão ouvir falar no Futuro como uma grande referência da Banda Desenhada (e Ilustração) Portuguesa. É também a primeira Amiga do ÉmeTê que aqui vamos listar, e que também participou na Exposição sobre “Os Livros” patente no FIBDA 2005, com a ilustração que é agora aqui disponibilizada.

Conhecemo-nos através da net e depois de uns contactos no cyberespaço, a Andreia enviou-me um desenho. Na altura, o Grupo Extractus (ao qual pertenço) estava a ultimar a edição do fanzine electrónico (em CD-ROM) CyberExtractus #1. Vendo o tal desenho, imediatamente a convidei a fazer uma BD, que seria editada em papel, e incluída no estojo do fanzine electrónico, como alguns de vocês devem estar recordados.

Possuidora de um estilo muito próprio e original, tem cadernos cheios de desenhos e apontamentos, que fariam a delícia de qualquer apreciador de (boa) Arte. Esperemos que ela os continue a editar, como tem feito através do recém editado fanzine [R]EJECT. Ainda por cima, a Andreia faz o favor de ser uma das Amigas do ÉmeTê. Podem ver os seus trabalhos aqui (http://zarzanga.blogspot.com/).

24/09/07

O Sorriso



Momentos existem nas nossa vidas que têm a capacidade de tornar clara a hierarquia das prioridades e escolhas que fizémos anteriormente. Acontecimentos ou relações, acções ou pensamentos, tudo se relativisa quando um desses momentos nos cruza o destino.

O que aqui vos conto, nesta história curta, é exactamente um desses momentos mágicos, que tornam muito mais feliz qualquer existência humana. Nela podem ver pela primeira (e quiçá única) vez, o Sorriso que desponta da face d’O Menino Triste. E que melhor senão o fundo da obra de Leonardo D’Avinci que imortalizou o sorriso mais enigmático de sempre, para servir de meio a essa realização.

Inicialmente editada no nº 105 do Tertúlia Bdzine de Setembro de 2006, editado por Geraldes Lino, tem a particularidade da sua quinta (e última página) ser um exlibris a cores. Na Tertúlia BD de Lisboa, foram distribuídos 100 exemplares numerados e assinados pelo autor.

21/09/07

Os Amigos de ÉmeTê - 1/8


Além da Inteligência, os deuses deram-nos também o dom da Amizade. Esta, para mim, é algo que está praticamente acima de todas as coisas. A verdadeira Amizade. Contrariamente ao que diz o ditado, acho que a Amizade não é para as ocasiões: a Amizade é para SEMPRE.

O Menino Triste, embora os dedos das mãos cheguem para contar os anos da sua existência, conta já com uma quantidade razoável de Amigos, e dos verdadeiros.

Foi com base nessa Amizade, que convidei alguns Amigos a tomarem parte na Exposição que esteve patente durante o Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora, em 2005. Vou aqui colocar, um a um, os trabalhos dos autores/amigos participantes.

Começo com o que primeiro me entregou o seu trabalho – Daniel Maia. Penso que mesmo nos EUA, haverá poucos desenhadores como o Dany. A sua qualidade no estilo comics é simplesmente excepcional. Tarda apenas em afirmar-se de vez. Porquê?

16/09/07

Os Beatles em "background"



Continuando com as referências gráficas que tenho utilizado nos livros d'O Menino Triste, deixo agora esta aqui, que utilizei no segundo livro.
Os Beatles. Sim, os Beatles. Nesta foto, proporcionaram-me a inspiração para a vinheta que aqui podem ver. O espírito jocoso da mesma, e a eterna brincadeira da luta de almofadas que todas as crianças adoram fazer, deram origem à vinheta.
Trata-se de uma cena em que O Menino Triste brinca no quarto com os seus amigos de infância, que tinha descoberto nos livros que entretanto ia lendo.
Para quem não (re)conhecer, as personagens da vinheta são o Peter Pan, O Menino Triste, O Principezinho e o Pinóquio (com mais uma mentira!).

31/08/07

O Menino Triste d'aprés... José Carlos Fernandes - 1


Corria o ano de 2005, e durante o FIBDA desse ano ocorreu-me a seguinte ideia:

Então e se eu desenhasse O Menino Triste no estilo de outros autores?


O primeiro que me ocorreu, porque na altura estava exactamente ao meu lado, foi o José Carlos Fernandes. Depois de lhe ter falado da minha ideia, ele concordou, e dias depois apareci com o desenho que agora podem aqui ver, feito por mim, e deixando apenas um balão para o JCF preencher com a sua mestria.
A cena parodia o Director do Museu Nacional do Acessório e do Irrelevante, Roberto Rosz.


Espero que gostem, e tenho mais alguns já feitos, ao estilo de outros autores (nacionais e internacionais). Todos os meses irei deixar aqui um.

27/08/07

José Gomes Ferreira e O Menino Triste


Aquando das comemorações do centenário do nascimento de José Gomes Ferreira (1900-1985), realizou-se no dia 13 de Setembro de 2001, no Cine-Teatro Tivoli em Lisboa, um Concerto promovido pela C.M.L., em que participaram Armando Vidal ao piano e ainda a Orquestra Metropolitana de Lisboa, com direcção de César Viana.

De entre as obras interpretadas por Armando Vidal, destaca-se uma, um scherzo para piano, composto em 1928 por José Gomes Ferreira, e de nome “Menino Triste”. Esta peça, como aliás quase toda a música para piano de José Gomes Ferreira, foi escrita quando ele foi Cônsul em Kristiansund, na Noruega, entre 1925 e 1929.

Infelizmente não assisti a este concerto, mas a C.M.L. através dos seus Serviços Culturais, ficou de editar em CD (terá já saído?), a gravação do espectáculo realizado exactamente na altura em que era editado o primeiro livro do meu Menino Triste.

Como é óbvio, esta música nada tem a ver com a B.D. do MT, mas gostava de a conhecer. Já agora, se porventura alguém tiver conhecimento desta obra de José Gomes Ferreira, editada em algum CD ou em partitura, e me queira deixar aqui alguma indicação, ficaria imensamente grato.

Quem de certeza poderá saber algo sobre esta peça, como é óbvio, deverá ser o Maestro António Vitorino de Almeida, que participou em Março de 2001 na Academia de Música de Lisboa, numa palestra do ciclo “A Palavra e a Música”, de Homenagem a José Gomes Ferreira. Se alguém o conhecer pessoalmente… ou ao Maestro Armando Vidal...

24/08/07

O Segundo Livro

Eis então cronologicamente chegado o momento de inserir o aparecimento do segundo fanzine d’O Menino Triste, de título “Os Livros”, editado em 2005.
Remeto o leitor para o post sobre O Menino Triste na imprensa – 1.

O Prefácio d'Os Livros foi escrito por um amigo de quem imensamente gostamos: José de Matos-Cruz, e pode ser lido no IMAGINÁRiO 65 de 01 JAN 2006.

Nos próximos posts irei dar a conhecer algumas curiosidades sobre este livro.

O Menino Triste no FunZIP #1













O Funzip é um fanzine que teve a sua origem na colaboração entre o Grupo Entropia e o Grupo Extractus, tendo como principal objectivo o servir de local de compilação de trabalhos de diversos autores portugueses, sendo maioritária a área da Banda Desenhada, mas também inclui trabalhos de Ilustração e mais recentemente de Literatura.

O Menino Triste teve lugar no FunZIP #1, através da história de quatro páginas “micro… Macro”. (clicar nas imagens para ampliar)

O Menino Triste na Imprensa - 1


Embora considere estes posts sobre as notícias saídas na imprensa um pouco egocentristas ;), não resisto em vos mostrar. Vou começar por dois pequenos excertos de outras tantas notícias de carácter mais geral, onde se referencia o segundo livro d'O Menino Triste - "Os Livros".


“[…] Tão simples como comovente é “Os Livros”, a segunda história do “Menino Triste”, personagem criado por João Mascarenhas para regressar à infância, em histórias em que é bem evidente a carga autobiográfica. Recuperando as suas recordações de infância, Mascarenhas assina aqui uma bela homenagem à importância dos livros no imaginário do pequeno leitor que ao tornar-se adulto, não esquece esse mundo mágico da sua infância. Um mundo ao qual se pode sempre voltar abrindo um livro.[…]” João Miguel Lameiras, Diário As Beiras, 10 de Dezembro de 2005, O regresso dos portugueses

[...] há autores (e personagens) portugueses notáveis, que mereciam maior divulgação. A mais recente obra de João Mascarenhas, Os Livros (Extractus), relembra que o seu Menino Triste tem uma qualidade evocativa que não é usual surgir com tanta eficácia.
Tributo em tom de nostalgia poética aos livros, e a algumas das personagens e sensações que marcaram o autor/personagem, Os Livros é uma pequena pérola que vale a pena procurar. [...] João Ramalho Santos, Jornal de Letras, 29 de Março 2006

23/08/07

Referências - 1

Algo que me dá particular prazer quando faço B.D., é utilizar algumas referências, quer gráficas quer literárias das mais variadas fontes. Irei ao longo do Blog, deixar-vos algumas delas, umas mais conhecidas, outras talvez não.

No primeiro livro d'O Menino Triste, uma das referências que utilizei foi uma foto de um dos meus fotógrafos favoritos: Robert Doisneau. A foto foi Le Baiser de l'Hotel de Ville (Paris, 1950). Dado esta parte da acção do livro se passar no início dos anos 1980, fiz as adaptações respectivas.

A imagem original, como todos conhecem é esta:

Coimbra na BD




Aquando da celebração de Coimbra como Capital Nacional da Cultura, em 2003, a Associação Projectos Sequenciais e o Museu da Física da Universidade de Coimbra, realizaram a Exposição Coimbra na Banda Desenhada.




Os comissários da Exposição foram João Paiva Boléo e João Miguel Lameiras. O cartaz foi realizado por François Schulten. A exposição dividiu-se em dois núcleos principais, o primeiro reunindo os mais significativos exemplos da presença de Coimbra em obras de BD nacionais e internacionais, e o segundo centrando-se no livro O Segredo de Coimbra de Étienne Schréder, obra que parte do espólio do Museu de Física para construir uma imagem onírica da cidade.

Dado que o primeiro livro d'O Menino Triste é parcialmente passado em Coimbra, tive a felicidade de o ver entre as obras expostas no primeiro núcleo.


Deixo-vos aqui duas páginas do livro, onde se retrata Coimbra: a zona junto à Via Latina, e o Bar da Associação Académica, onde João Miguel Lameiras conseguiu descobrir um ex-candidato a candidato à presidência da República Portuguesa (lembram-se?), conforme descrito no Catálogo da Exposição, editado pela ASA.

20/08/07

O Menino Smart


Aqui fica uma proposta enviada à SMART, para decoração de um modelo Cabrio.

24h Volta a Portugal em BD


Através do dinamismo que caracteriza o Fernando Madeira, Phermad, foi editado um pequeno livro cujo título está em epígrafe, e no qual colaborei com a história situada entre as 6h00 e as 7h00, de título "Rotina", e passada em Lisboa.

O original é a preto e branco, mas fica aqui uma versão em roxo, para variar.

06/08/07

O Menino Triste, capa de fanzine


Um amigo brasileiro de origem japonesa, Ken, editou há uns tempos um fanzine, de nome “Sardinha Submarina”, no qual teve a gentileza de colocar na capa uma imagem com O Menino Triste. Esta imagem tinha-a feito eu há já alguns anos, aquando das minhas primeiras incursões no mundo vectorial do Flash. Entretanto, o Ken parece que regressou ao Brasil.

Série Filatélica


Aquando do 3º Aniversário da edição d’O Menino Triste (#1) em 2004, foi solicitado aos Correios Franceses – La Poste – a emissão de umas quantas folhas de selos contendo O Menino Triste ao lado do Marsupilami.


Não se trata de nada de excepcional, já que é um serviço público a que qualquer um tem acesso, só que achei que esta emissão filatélica poderia servir como mais uma curiosidade coleccionista em relação ao tema.

02/08/07

Outros Meninos Tristes




Ao longo da História da Banda Desenhada, e da Arte em geral, são diversos os casos de "meninos tristes" que podem ser encontrados.
Refiro apenas três: Shingi Ikari, da série de mangá e animé Evangelion; Anakin Skywalker aqui representado na versão da série animada Clone Wars, derivado da Guerra das Estrelas (Star Wars) e o tão conhecido Peter Pan, de James M. Berrie.
Todas estas personagens não cresceram nos braços das suas mães, tornando-se portanto em Meninos Tristes. As consequências que daí resultaram são, como é conhecido, bastante diversas.
Poderíamos enumerar outros Meninos Tristes, e gostaria de aqui deixar um repto aos leitores do Blog, nesse sentido.

O Primeiro Livro


O Livro "O Menino Triste" começou por ser quase uma brincadeira, sem um objectivo de publicação pré-determinado, e muito menos de ter continuidade, como mais tarde veio a acontecer.
Devo dizer desde já que as histórias d'O Menino Triste não são histórias para crianças, embora possam por elas ser lidas.
Esta primeira história, que originalmente era para ser a única, foca parte da vida d'O Menino Triste, desde a infância até à fase adulta, passando pela Universidade (de Coimbra), pelas motivações, e sobretudo pelo facto de se "ter de crescer", e deixarmos de ser crianças e termos de enfrentar uma realidade muito mais agressiva e muitas das vezes (demasiado) limitativa dos nossos sonhos.
As duas edições deste livro - num total de 1.000 exemplares - estão praticamente esgotadas, podendo-se encontrar alguns dos últimos exemplares em algumas lojas temáticas. Uma amiga nossa (a Ana Laureano) presenteou-nos com a tradução deste livro (e do segundo) para francês. Esta versão será disponibilizada brevemente em formato pdf.
Devo dizer que a reacção das pessoas que iam lendo o livro era muito interessante, afirmando algumas delas que "embora o livro tivesse 16 páginas, ficava-se com a sensação de ter lido uma obra de maior vulto". Foram aliás as "pressões" que "sofri" por parte dos leitores, que me fizeram partir para o segundo livro, de que vos falarei mais tarde.

Origens


Uma das questões que mais me são colocadas é "porque é que o menino é triste?"



O "triste" do nome da personagem não tem de significar necessariamente "deprimido" ou "infeliz". Antes pelo contrário, no caso desta personagem. O "triste tem mais a ver com "preocupação".

Efectivamente, a ideia para o nome surgiu-me da leitura de vários textos de psicologia, onde alguém dizia que quando uma criança cresce na ausência da mãe, ou os seus sonhos não são completamente atingidos, essa criança tem a tendência a tornar-se num criança triste. O que faz com que praticamente todos nós sejamos potenciais "meninos tristes".

Contudo, O Menino Triste é um menino feliz, e o nome é portanto mais uma "figura de estilo" do que uma fatalidade do espírito.