29/01/08

O Menino Triste d'aprés... Lewis Trondheim - 5


Aproveitando a recente visita de Lewis Trondheim ao FIBDA 2007, tive a oportunidade de trocar algumas impressões com ele e de lhe pedir para completar o texto da ilustração que agora aqui coloco.

Desta vez O Menino Triste é enquadrado nas Aventuras de Donjon (Coração de Pato) uma das séries mais populares de Trondheim junto do público nacional, ao qual se junta Marvin, o monstro do Guardião. Além desta série, Trodheim tem também publicado por terras lusas, e com grande êxito, a história “A Mosca” e “Os Cosmonautas do Futuro”, por exemplo.

Com um traço muito simples, fluído, mas imensamente eficaz, com o qual o leitor imediatamente simpatiza, Lewis Trondheim é um dos autores europeus de maior sucesso. O Menino Triste também assim o acha.

26/01/08

O Menino Triste em Polaco


Jakub YANKOWSKY é o autor do Blog Polaco http://www.przypadkiem.blogspot.com/.


Depois de uma passagem por Portugal onde estudou um pouco mais de Português, Jakub está de volta à sua terra natal. No seu Blog tivémos já o prazer de ver por algumas vezes citações aO Menino Triste. Uma primeira abordagem tratou do trabalho que fiz com inspiração no estilo do José Carlos Fernandes e publicado aqui sob o rótulo “O Menino Triste D’après...”. Agora outra focando o trabalho da mesma série que fiz sobre o Miguel Rocha e ainda a colaboração do José Abrantes na Exposição do FIBDA de 2005.

Jakub Yankowski não se limita a referenciar os trabalhos que acima mencionei, traduzindo-os mesmo para polaco. Quem sabe se esta poderá ser uma porta para o público polaco conhecer uma parte do Universo dO Menino Triste, e não só.


É pena não sabermos polaco, mas ficamos com o privilégio de imaginar as coisas boas que lá estarão escritas. Força Jakub.

18/01/08

O Menino Triste e as Novas Tecnologias


Das investidas que tenho tentado fazer em vários campos do conhecimento, e tentar aplicá-las ao campo das artes, uma delas é na área das tecnologias de prototipagem rápida.

Na minha actividade profissional tenho lidado com algumas das tecnologias disponíveis neste campo. Daí à utilização de algumas delas no desenvolvimento de algumas ideias que tenho para O Menino Triste, foi um pequeno passo. Assim, podem ver na imagem desta entrada, um pequeno diorama que eu e o Gastão Travado realizámos, a partir de um modelo 3D digital d’O Menino Triste. A partir desse modelo, foi construído utilizando uma máquina de prototipagem rápida, uma figura em resina, que depois foi pintada e colocada no diorama. A figura tem cerca de dez centímetros de altura.

Todos os detalhes da construção podem ser vistos
aqui. De referir ainda que a construção da figura foi efectuada utilizando uma das máquinas de Prototipagem Rápida do Centro Tecnológico da Indústria de Moldes, CENTIMFE, na Marinha Grande.
Este trabalho foi alvo de uma apresentação do Gastão Travado no evento D2P - Design to Product, realizado em 2006, na Marinha Grande, onde foram apresentados vários trabalhos, que utilizaram as tecnologias de Prototipagem Rápida aplicadas a diversas áreas (Moda, Arquitectura, Arte, Engenharia,...).

08/01/08

Os Amigos de ÉmeTê - 8/8


No início de 2008, o amigo que fecha esta série de oito participantes na Exposição d’O Menino Triste patente no FIBDA 2005. Seu nome no meio BandaDesenhístico: José Abrantes.


Autor celebrando (mais de) 30 anos de carreira. José Abrantes é o autor nacional de Banda Desenhada que mais se tem dedicado a temas para crianças, sempre com um relevante êxito. Salientando apenas algumas das suas personagens podemos referir O Gato Zu, Dakar - O Minossauro, Homodonte, e mais recentemente a bruxinha Morgana, personagem esta que tive o prazer de ser convidado a desenhar alguns dos fundos de algumas das páginas das suas histórias.


Com imensas publicações em revistas, jornais, fanzines e álbuns, José Abrantes foi também um dos participantes nacionais presentes no Festival de Banda Desenhada de Angoulême de 1998, integrado na exposição “Perdidos no Oceano”, assim como em outra exposição que esteve patente no Centro Belga de Banda Desenhada, em Bruxelas, no ano de 2000, além de várias participações no Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora.
Em duas linhas não consigo abarcar a grandeza e qualidade de todo o Trabalho do José Abrantes, contudo, alguns deles podem ser vistos on line em
http://www.abrantes.interdinamica.com.

29/12/07

Escultura-Modelo


A entrada de hoje refere-se a uma pequena escultura realizada para servir de modelo para a série de curtas de animação 3D, que estou a preparar utilizando a personagem d'O Menino Triste.
Trata-se de uma escultura com cerca de 10 centímetros de altura, feita em massa de modelar. Não apenas serviu para o modelo 3D da personagem, mas também para algumas perspectivas da mesma, em algumas histórias de Banda Desenhada que entretanto fui fazendo.
Em relação às curtas de animação, ao longo dos próximos meses irei aqui falar-vos delas. Têm sobretudo como temática inicial, alguns dos capítulos do primeiro livro d'O Menino Triste.

14/12/07

Os Amigos de ÉmeTê - 7/8



O penúltimo Amigo d'O Menino Triste que apresentamos na sequência dos que participaram na Exposição que esteve patente no FIBDA2005, é o Gastão Travado.

O Gastão é o Senhor Digital, o Lord of the Bytes, Autor da primeira Banda Desenhada anaglífica publicada em Portugal (daquelas que se vêm com os óculos de lentes coloridas, que permitem ver as imagens em 3D). Esta Banda Desenhada tem o título de "Arquivo: 20; Marte 2205", e foi editada aquando do 20º Aniversário da Tertúlia BD de Lisboa, em 2005.

Aguardemos pelo ano de 2008, pois o Gastão terá algo que nos irá surpreender a todos.

09/12/07

Leonardo da Vinci era (também) um Menino Triste


Tudo começou quando Freud adivinhou no ambíguo sorriso das mulheres pintadas por Leonardo da Vinci a ternura sublimada mas inquieta por uma mãe longínqua.

Da leitura do livro de Sigmund Freud “Uma recordação de infância de Leonardo da Vinci” (Relógio D’Água Editores, Setembro 2007) ressalta o quanto a ausência da mãe do grande artista Renascentista o influenciou e limitou em alguns dos aspectos da sua vida enquanto homem e enquanto artista, tornando-o num “menino triste”.
De facto, como escrevi num dos primeiros posts deste Blog, uma criança pode tornar-se numa “criança triste” se não crescer nos braços da sua mãe, ou se não vir os seus sonhos tornarem-se realidade.
Com efeito, Leonardo da Vinci, que se sabe ser filho ilegítimo de Ser Piero da Vinci, notário, e de Caterina que era provavelmente camponesa, à qual foi arrancado quando tinha a idade entre três e cinco anos, para ir viver com o pai e com a terna e jovem madrasta Donna Albiera, a mulher de seu pai.

Leonardo terá guardado saudade imensa da sua mãe, que terá reencontrado quando tinha 41 anos, em 1493, quando esta o foi visitar a Milão. Reencontro infeliz, já que Caterina adoeceu e veio a falecer; as notas tomadas por Leonardo quanto às despesas com o seu funeral assim o confirmam.

Freud, através da observação dos sorrisos das figuras femininas pintadas em A Virgem com o Menino e Stª Ana (c. 1508-1513)consegue ver neles o mesmo sorriso que Leonardo pintou no quadro Mona Lisa del Giocondo. Segundo o autor, o sorriso de Mona Lisa terá despertado em Leonardo, já adulto, a recordação da mãe dos seus primeiros anos de infância.
[...]Quando Leonardo, chegado ao apogeu da sua vida, voltou a encontrar o sorriso de bem-aventurado êxtase que outrora animara a boca da sua mãe quando ela o acariciava, encontrava-se desde há muito sob o domínio de uma inibição que lhe proibia voltar a desejar tais carícias dos lábios de uma mulher. Mas tornou-se pintor e por isso esforçava-se por reproduzir com o pincel este sorriso em todos os seus quadros, e não só naqueles que ele próprio executou mas também nos que fez executar pelos seus discípulos, sob a sua orientação, tais como a Leda, o S. João Baptista e o Baco.[...]

Aliás, o sorriso de Mona Lisa serviu também de mote a uma história d’O Menino Triste, chamada exactamente “O Sorriso” que pode ser vista alguns posts atrás, neste Blog.

26/11/07

Os Amigos de ÉmeTê - 6/8


Ricardo Blanco - animador em filmes do “Jardim da Celeste” (“Os Patinhos”), na série “Angelitos” e na média metragem de animação “A Estrela de Gaspar”, realizador das séries infantis de animação “As aventuras de Móli” e “Eu quero ser”, e ainda autor das tiras BD sob o título “O Pensador”. Estas são apenas algumas das referências que podemos fazer a Ricardo Blanco, que presenteou a exposição d’O Menino Triste com a ilustração que agora podem ver.

Mais dedicado ultimamente ao cinema de animação, é pena o Ricardo não nos permitir usufruir de mais trabalhos seus na área da Banda Desenhada. As suas personagens têm sempre um traço que conduz a uma imediata “adopção” das mesmas por parte do espectador/leitor, de tão ternas e simpáticas que são. Aguardamos pelos próximos trabalhos do Ricardo Blanco (ansiosamente).

19/11/07

O Menino Triste d'après... Hergé - 4



No ano da comemoração do Centenário do grande autor belga de Banda Desenhada, não podia deixar de aqui colocar a minha contribuição.

Embora O Menino Triste tenha sido criada numa altura que não deixou qualquer hipótese temporal e física de eu almejar a que um dos meus desenhos pudesse hipoteticamente vir a ser autografado por Hergé, não pude deixar de realizar o trabalho que agora aqui revelo, e de o incluir nesta secção "D'après...".

Independentemente de se gostar ou não de Hergé, não se pode contudo deixar de reconhecer a importância que o seu trabalho (e dos seus Estúdios Hergé) teve, e continua a ter, no panorama da Banda Desenhada europeia. A quantidade de livros, ensaios, teses, e demais literatura sobre o tema assim o demonstra.

14/11/07

Os Amigos de ÉmeTê - 5/8


A habitual irreverência de ÁLVARO.
Baseada numa vinheta do segundo livro d'O Menino Triste, o ÁLVARO participou com a ilustração que agora revelamos aqui no blog, na exposição de 2005 realizada no FIBDA.
O trabalho de charge de que o ÁLVARO é autor, está (quanto a mim) ao nível dos melhores autores mundiais na área. Dono de um traço peculiar conjuntamente com um humor corrosivo, o ÁLVARO tem-nos brindado com trabalhos de excepção e de enorme poder de observação social e, diria mesmo, antropológica!
Podem ver as suas pérolas neste local.
Quiçá esta seja uma faceta secreta d'O Menino Triste.
Quiçá!

05/11/07

O Terceiro Livro


Terminou o 18º FIBDA. Nele são normalmente apresentadas as últimas novidades e lançamentos no que toca a livros de (e sobre) Banda Desenhada.
Pois nós (eu e O Menino Triste), esperámos exactamente pelo final do Festival para efectuarmos o nosso anúncio, aqui, já que é este o Blog Oficial da personagem, não é?
Assim (tcham, tachan, tchan...), fica aqui oficialmente dito que o ano de 2008 verá o aparecimento do terceiro livro da série.
Por enquanto aqui revelamos, além do anúncio da publicação, o nome do livro: "A Essência". Ah, e também uma das vinhetas do livro (ao estilo de teaser).
Este relato pictórico/literário terá como pano de fundo a Arte, e mais não digo para já. Ao longo do tempo, e sempre que houver novidades sobre o livro, estaremos aqui a dar-vos mais alguns detalhes.

28/10/07

O Menino Triste d'aprés... Miguel Rocha- 3


O amigo que se segue é o Miguel Rocha.
Este desenho foi realizado com base na sua história "Borda d'água" (versão colorida), em 2006.
Com um registo mais próximo da pintura que do desenho, o Miguel possui uma obra impar no panorama nacional. Dedilhando nas suas obras as ambiências provincianas do interior do país, o Miguel Rocha alia ao seu excelente estilo pictórico, um profundo conhecimento das vivências sociais e humanas nessas paragens, quiçá algumas delas vividas (também) na primeira pessoa.

26/10/07

MALS e a Felicidade dO Menino Triste



MALS, cronista de BD há bastantes anos, escreve uma vez mais sobre O Menino Triste. Sem mais questões, aqui deixamos o texto:

A felicidade do Menino Triste

A dado passo de “A náusea”, Jean-Paul Sartre, o tal que nasceu e cresceu no meio de livros, invoca, através da sua personagem principal, que ser livre significa que já não resta nenhuma razão para viver, visto que todas as que experimentara cederam e já não conseguia imaginar outras. É pena, porque se tivesse conhecido o Menino Triste, teria concluído facilmente que do ímpeto de ser livre se encontram as mais díspares razões para viver e deslindam os alicerces ilimitados da imaginação.


Do fundo da sua fragilidade e da sua inocente ignorância, o Menino Triste encontra o seu lugar no mundo com base nos vastos conhecimentos contidos nos livros e daí liberta-se, mergulha na imaginação fervilhante, que pode ser propiciada pela “Alice no País das Maravilhas”, pelo “Pinóquio” ou pelo “Peter Pan”, pois do outro lado do “espelho” há meninos que querem ser gente, mesmo que não desejem crescer nunca mais.
E da imaginação, espicaçada pela curiosidade, se demanda a outros “mundos” que dão sentido ao mundo, em passos hesitantes mas sólidos pelos “bonecos”, pelas primeiras letras e pelas mundanidades, estejam elas na feira, no cinema ou na mercearia da esquina. E da descoberta vem o apelo da amizade e a necessidade de fintar o esquecimento.


Para O Menino Triste, que é a “projecção” natural do seu autor, num traço vigoroso e impressivo a meio caminho entre o caricatural e o realista, o dilema é ficar na memória, nem que seja apenas como delicado e diáfano herói de banda desenhada. Tal como os livros nos formam o carácter, também a força de vontade nos leva onde desejamos e em “Os Livros”, como eventualmente noutros trabalhos de J. Mascarenhas, tiramos a lição concludente de que podemos ser um pequeno “grão de eternidade”, quando somos livres, vivazes, inquietos, generosos, apaixonados e sonhadores. Dando largas à imaginação. Nostálgica e vibrante de deslumbramento.
Por isso é que o Menino Triste só o é de nome e fisionomia (melancolia?). Pode não ser alegre e endiabrado, mas dentro dele resplandece a luz inesgotável da felicidade. De existir, descobrir e sentir.

«O Menino Triste / Os Livros» de J. Mascarenhas – Ed. Extractus (Prémio de Melhor Fanzine no Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora 2006)

22/10/07

Os Amigos de ÉmeTê - 4/8


Agora que já decorre o FIBDA 2007, e onde acaba de ser lançado o terceiro álbum da série O Corvo, de Luís Louro, deixo aqui a ilustração que o Luís realizou para a Exposição d’O Menino Triste em 2005.

Depois de vários anos a publicar em parceria com Tozé Simões (argumento), o Luís Louro aventurou-se a realizar algumas histórias de sua autoria. Contudo não tem deixado de colaborar aqui e ali com outros autores. É o caso deste terceiro álbum d’O Corvo – Laços de Família, em que o argumento é de Nuno Markl.

Ultimamente mais dedicado à fotografia (já com vários prémios internacionais de prestígio), fazemos votos para que o Luís nunca deixe de se dedicar também à Nona Arte. É que o Luís Louro faz falta à BD nacional!

Podem ver a sua página web aqui.