29/12/07

Escultura-Modelo


A entrada de hoje refere-se a uma pequena escultura realizada para servir de modelo para a série de curtas de animação 3D, que estou a preparar utilizando a personagem d'O Menino Triste.
Trata-se de uma escultura com cerca de 10 centímetros de altura, feita em massa de modelar. Não apenas serviu para o modelo 3D da personagem, mas também para algumas perspectivas da mesma, em algumas histórias de Banda Desenhada que entretanto fui fazendo.
Em relação às curtas de animação, ao longo dos próximos meses irei aqui falar-vos delas. Têm sobretudo como temática inicial, alguns dos capítulos do primeiro livro d'O Menino Triste.

14/12/07

Os Amigos de ÉmeTê - 7/8



O penúltimo Amigo d'O Menino Triste que apresentamos na sequência dos que participaram na Exposição que esteve patente no FIBDA2005, é o Gastão Travado.

O Gastão é o Senhor Digital, o Lord of the Bytes, Autor da primeira Banda Desenhada anaglífica publicada em Portugal (daquelas que se vêm com os óculos de lentes coloridas, que permitem ver as imagens em 3D). Esta Banda Desenhada tem o título de "Arquivo: 20; Marte 2205", e foi editada aquando do 20º Aniversário da Tertúlia BD de Lisboa, em 2005.

Aguardemos pelo ano de 2008, pois o Gastão terá algo que nos irá surpreender a todos.

09/12/07

Leonardo da Vinci era (também) um Menino Triste


Tudo começou quando Freud adivinhou no ambíguo sorriso das mulheres pintadas por Leonardo da Vinci a ternura sublimada mas inquieta por uma mãe longínqua.

Da leitura do livro de Sigmund Freud “Uma recordação de infância de Leonardo da Vinci” (Relógio D’Água Editores, Setembro 2007) ressalta o quanto a ausência da mãe do grande artista Renascentista o influenciou e limitou em alguns dos aspectos da sua vida enquanto homem e enquanto artista, tornando-o num “menino triste”.
De facto, como escrevi num dos primeiros posts deste Blog, uma criança pode tornar-se numa “criança triste” se não crescer nos braços da sua mãe, ou se não vir os seus sonhos tornarem-se realidade.
Com efeito, Leonardo da Vinci, que se sabe ser filho ilegítimo de Ser Piero da Vinci, notário, e de Caterina que era provavelmente camponesa, à qual foi arrancado quando tinha a idade entre três e cinco anos, para ir viver com o pai e com a terna e jovem madrasta Donna Albiera, a mulher de seu pai.

Leonardo terá guardado saudade imensa da sua mãe, que terá reencontrado quando tinha 41 anos, em 1493, quando esta o foi visitar a Milão. Reencontro infeliz, já que Caterina adoeceu e veio a falecer; as notas tomadas por Leonardo quanto às despesas com o seu funeral assim o confirmam.

Freud, através da observação dos sorrisos das figuras femininas pintadas em A Virgem com o Menino e Stª Ana (c. 1508-1513)consegue ver neles o mesmo sorriso que Leonardo pintou no quadro Mona Lisa del Giocondo. Segundo o autor, o sorriso de Mona Lisa terá despertado em Leonardo, já adulto, a recordação da mãe dos seus primeiros anos de infância.
[...]Quando Leonardo, chegado ao apogeu da sua vida, voltou a encontrar o sorriso de bem-aventurado êxtase que outrora animara a boca da sua mãe quando ela o acariciava, encontrava-se desde há muito sob o domínio de uma inibição que lhe proibia voltar a desejar tais carícias dos lábios de uma mulher. Mas tornou-se pintor e por isso esforçava-se por reproduzir com o pincel este sorriso em todos os seus quadros, e não só naqueles que ele próprio executou mas também nos que fez executar pelos seus discípulos, sob a sua orientação, tais como a Leda, o S. João Baptista e o Baco.[...]

Aliás, o sorriso de Mona Lisa serviu também de mote a uma história d’O Menino Triste, chamada exactamente “O Sorriso” que pode ser vista alguns posts atrás, neste Blog.